VCs aportam $500 milhões em julho: pra onde foi o Pix?
Algumas coisas interessantes rolaram no mês passado.
Os fundos de capital de risco, nossos tão queridos VCs, investiram US$ 527 milhões em projetos do mercado cripto no mês passado. É um crescimento de 14,5% em comparação ao ano passado, e 9% em relação a junho. Os dados são do DefiLlama.
Tem algumas coisas interessantes nesses números e eu vou dividir com vocês aqui. O procedimento é o mesmo: suba na motoca.
Seguindo o Pix
É normal que infraestrutura domine na quantidade de grana recebida por projetos cripto, e não foi diferente em julho. Foram US$ 420,7 milhões direcionados a esses projetos, o que dá quase 80% do total.
Dentro desses projetos, o que mais recebeu grana foi o Sentient, do token AGI. Sim, é aquele projeto de inteligência artificial, e recebeu US$ 85 milhões.
Outro round que chamou atenção foi da Partior, uma rede de pagamentos baseada em blockchain criada para players tradicionais movimentarem valores, que levantou US$ 65 milhões. Por isso, talvez, dois dos investidores que participaram da rodada foram JPMorgan e Standard Chartered.
Coisas interessantes em DeFi
Pulando para os times construindo aplicações em DeFi, foram US$ 86 milhões alocados lá. Em junho, foram US$ 71 milhões, o que nos dá um crescimento de 21% na grana injetada em produtos feitos para os usuários de finanças descentralizadas.
Não é algo absurdo, e isso varia muito entre meses, mas é algo legal de se observar com calma. Além disso, aqui já começamos a ver algumas coisas mais interessantes do que no setor de infra.
Primeiro, o projeto que mais recebeu grana foi o Lombard, uma estrutura para restaking de Bitcoin. Quando você faz staking líquido com eles, eles pegam o seu BTC e fazem staking na Babylon, outro projeto construído sobre a infraestrutura do Bitcoin.
Ou seja: é tipo uma Etherfi no Bitcoin. Em troca, você recebe o token de staking líquido (LST, na sigla em inglês) LBTC e pode degenerar no ecossistema DeFi que está nascendo sobre a infra do Bitica. Para fazer essa brincadeira, a Lombard recebeu US$ 16 milhões.
Beleza, isso já é interessante por si só. Mas se liga nessa: entre os investidores tá a Franklin Templeton. Sim, a gestora de ativos que tokenizou um dos fundos dela e era a maior no ramo antes da BlackRock entrar com o BUIDL. Interessante ver eles entrando no mercado assim.
A segunda rodada interessante foi do ZAP, aquele protocolo para distribuição de tokens que usa a Blast base. Na verdade, esse é o nome que o DefiLlama deu, porque a parada deles é ser um launchpad para tokens no mesmo pique do Pump.fun.
Eles receberam US$ 15 milhões, o que não é uma grana tão alta, mas tem um detalhe: se liga na galera que investiu neles:
Alguns nomes ali são fáceis de pegar pra quem tem alguma vivência em cripto, tipo o Sandeep Nailwal da Polygon, o Luca Netz da Pudgy Penguins, o Larry Cermak que é CEO do The Block, e o Alex Krüger que é um economista que fala de cripto desde que eu entrei no mercado lá em 2017.
Agora, quem passa mais tempo no Twitter vai reconhecer outros nomes: Cygaar, Bagsy, RookieXBT e EllioTrades são nomes famosíssimos da bolha de cripto do Twitter. Até o palhaço do Ivan on Tech botou dinheiro no ZAP!
Por isso, talvez seja interessante acompanhar como esse dApp se movimenta. Não que eu acredite em airdrop ou na pre-sale de um token deles, mas talvez seja legal ficar esperto. Segue eles no Twitter e ativa as notificações, vai que…
O terceiro ponto interessante em DeFi tem a ver com a Monad, blockchain de primeira camada que conseguiu montar um culto sólido no Twitter. Os protocolos de staking líquido Kintsu e aPriori receberam US$ 4 milhões e US$ 10 milhões, respectivamente. O protocolo aPriori, inclusive, recebeu investimento da encubadora da Binance Labs.
Fechando os investimentos no ecossistema Monad, a exchange descentralizada Kuru garfou US$ 2 milhões em uma rodada de captação liderada pela Electric Capital.
Se você não manja muito de Monad, vou deixar aqui a pesquisa que o Fidelis fez sobre esse ecossistema e ficou muito bom!
E falando em research…
Hora do jabá, irresponsáveis! Modular Pro torando na alta aí, dando bons conselhos para o pessoal durante o crash pesado que aconteceu no domingo.
E você aí, nadando sozinho e pelado. Vem nada com a gente, cara! Pode ser pelado também.
Temos um grupo ativo falando de cripto, e tem muita coisa pra rolar em agosto, como um workshop de trade e aulões de análise on-chain.
Vem ser Pro com a gente!
Voltando à programação normal
Completando a grana recebida em julho tem dois projetos de GameFi: Cambria, que recebeu US$ 2,5 milhões, e NPC Labs, que recebeu US$ 18 milhões. Cambria é aquele joguinho que tava rodando na Blast onde dava pra rolar na porrada com a galera e apostar ETH.
Já o NPC Labs é um estúdio construindo um ecossistema blockchain para jogos, que recebeu grana da Pantera Capital e do fundo do ecossistema Mantle.
Antes de encerrar o artigo, fica aqui a lista com os dez investidores que mais participaram de rodadas de investimento no mês passado:
É isso, agora você já sabe pra onde foi o Pix. Pode descer da motoca agora.