Scroll: onde a tecnologia encontra o impacto real
Scroll é mais que uma L2: é uma fundação para aplicações reais, uma aposta na descentralização e no futuro da Web3 — e o Brasil faz parte disso.
Desde o começo, a Scroll não quis ser “só mais uma” blockchain de segunda camada. Seu compromisso vai além da performance técnica: ela foi pensada para ser uma extensão natural da Ethereum, mantendo compatibilidade total com a EVM, reforçando os princípios de descentralização e acessibilidade, e entregando soluções que funcionam na prática. Isso tudo com um foco claro: tornar a Web3 mais simples, útil e presente na vida das pessoas.
Mas a Scroll também entende que não basta escalar a Ethereum — é preciso escalar seu impacto. E é justamente nesse ponto que entra a força do ecossistema: um conjunto de projetos, iniciativas e comunidades que estão transformando boas ideias em produtos reais, acessíveis e, principalmente, relevantes.
Neste artigo, vamos explorar alguns desses projetos que estão moldando o futuro da Scroll de forma viva e concreta. Começamos com o Ether.fi cash, um cartão cripto construído sobre a Scroll que oferece uma experiência digna de app de banco digital, com o poder da blockchain por trás. Seguimos com o Chatterpay, uma solução de pagamentos via WhatsApp que nasceu em um hackathon e já mostra o potencial de levar cripto ao dia a dia — especialmente em países emergentes. Na sequência, vamos conhecer a Open Economy, uma rede que transforma builders em founders e aponta para um modelo mais sustentável de inovação na Web3. E, para fechar, mostramos como o Brasil se tornou uma peça-chave nesse ecossistema global com o lançamento do Local Node da Scroll, uma aposta estratégica na potência criativa e empreendedora do país.
A Scroll é, cada vez mais, um ponto de encontro entre tecnologia e propósito. E os projetos que vamos apresentar aqui mostram que a Web3 já está deixando o laboratório e ocupando espaços reais.
💳 Ether.fi Cash: um cartão Web3 com experiência Web2
Por muito tempo, a promessa da Web3 esteve distante do uso cotidiano. Afinal, para a maioria das pessoas, o ônus do usuário de blockchain (fazer carteiras, auto-custódia, pagar taxas de gas...) ainda soa como algo muito técnico, distante e quase abstrato para grande parte da população. Mas a Ether.fi começa a simplificar esse caminho. O objetivo é a criação de um produto no qual qualquer usuário possa simplesmente abrir um aplicativo, emitir um cartão, pagar com cripto em qualquer lugar e ainda acumular benefícios.
"ether.fi Cash and Scroll Announce Partnership — 8% Cash Back” - Medium
O cartão opera em dois modos distintos: Direct Pay e Borrow Mode. No modo Direct Pay, as compras são descontadas diretamente do saldo de stablecoins do usuário, sem juros, sem segredo, como um cartão de débito em dólar.
Já no modo Borrow, entra a mágica: o usuário pode usar sua cripto como garantia e receber uma linha de crédito, com juros baixos (4% ao ano) e pagamento flexível. O mais interessante é que os ativos em staking continuam rendendo durante todo esse processo, em alguns casos, os próprios rendimentos ajudam a abater os juros automaticamente. É como se seu ETH estivesse trabalhando para pagar sua fatura. Além disso, todo o processo é não custodial, com garantias on-chain e gerenciamento via smart contracts.
Mais do que um cartão, o Ether.fi Cash é uma ponte entre o staking descentralizado e o consumo do dia a dia. A proposta é simples: você pode deixar seus ETHs rendendo com o protocolo ether.fi e, ao mesmo tempo, usar um cartão de crédito para pagar por qualquer coisa — de um café a uma passagem aérea. O diferencial está na forma como isso é feito. Além de ETH, o usuário pode depositar outros ativos como garantia, como stablecoins ou até SCR (token da Scroll), e o cartão permite gastar com base nesse valor, sem que os ativos precisem ser vendidos.
Tudo isso funciona sobre a Scroll, o que garante transações rápidas, baratas e, principalmente, uma experiência Web2: ao usar o cartão, a conversão de cripto para real (ou qualquer moeda local) acontece de forma automática, no momento da compra, em qualquer lugar que aceite Visa.
Há, claro, riscos envolvidos: como qualquer empréstimo colateralizado, se o valor da sua garantia cair muito, há risco de liquidação. Mas o sistema possui mecanismos para tentar evitar isso — inclusive liquidações parciais e alertas automáticos. Em compensação, os benefícios são diversos: cashback instantâneo de até 3% nas compras, rendimento sobre o saldo parado, acesso a programas de fidelidade e a possibilidade de gastar em cripto mantendo a exposição dolarizada.
Além da experiência simples, o Ether.fi Cash resolve alguns problemas reais, especialmente para quem vive em economias instáveis:
Pagamento direto em cripto: não é necessário converter seus tokens para moeda local. Isso elimina atritos, custos e incertezas cambiais.
Dolarização sem fricção: é possível manter o seu saldo dolarizado, sem a necessidade da conversão do saldo de cripto em moeda local — ideal para quem quer se proteger de moedas frágeis. Pense na Argentina, onde a inflação corroeu o poder de compra por anos, com múltiplas taxas cambiais diferentes. Esse tipo de solução representa um “dólar digital” funcional, acessível e sem as barreiras bancárias tradicionais.
Evita dupla tributação: no Brasil, converter real em dólar costuma gerar imposto; gastar direto em cripto, sem conversão, pode reduzir esse impacto (dependendo do valor e da forma como o uso é estruturado).
Além disso, o sistema permite que o valor não utilizado continue rendendo em staking, ou seja, diferente de um cartão pré-pago tradicional, você não deixa seu dinheiro parado.
Imagem gerada com ChatGPT
A infraestrutura que viabiliza toda essa fluidez e segurança? A Scroll. E isso não é um detalhe técnico. Rodar esse sistema diretamente na Ethereum L1 tornaria o produto inviável: as taxas seriam proibitivas, a latência tornaria a experiência lenta e a complexidade aumentaria o atrito com o usuário. Já na Scroll, com blocos a cada 1 segundo, custos baixos graças à compressão com blobs e ao prover OpenVM, essa visão se torna realidade.
A combinação de cartões, staking e infraestrutura de rollup tem um potencial transformador — especialmente fora do eixo EUA-Europa. Em muitos países, o acesso a crédito, a contas em dólar e a instrumentos financeiros estáveis é limitado, burocrático ou restrito a poucos. Com soluções como o Ether.fi Cash, essas barreiras estão sendo superadas por código. Esse tipo de inovação não é apenas tecnológica — é social.
📲 Chatterpay: cripto na palma da mão
Se a ether.fi mostra como integrar staking e cartões com uma pegada Web2, o Chatterpay vai ainda mais longe na missão de colocar a Web3 no bolso de todo mundo. Literalmente. Criado para funcionar via WhatsApp, o Chatterpay é uma carteira cripto com uma proposta ousada: tornar o envio e recebimento de criptomoedas tão simples quanto mandar uma figurinha no zap.
E essa simplicidade tem um propósito maior: converter a tecnologia blockchain em uma ferramenta ao alcance de todos, já que o WhatsApp está nos celulares de 3 bilhões de usuários. Isso pode levar pagamentos digitais a grupos que hoje estão à margem do sistema financeiro, ou da própria compreensão sobre o que é a tecnologia blockchain.
O Chatterpay é uma carteira digital com interface de chat. O usuário interage com um bot via WhatsApp e, por ali mesmo, realiza todas as ações básicas: criar carteira, receber cripto, enviar para amigos, consultar saldo, gerar links de pagamento e até pagar por serviços. Não precisa baixar nenhum app, memorizar seed phrases ou entender de Web3. É literalmente um “Pix cripto” por mensagem.
Imagem retirada de conversa com o Chatterpay
Tudo isso é possível graças à integração com carteiras inteligentes (smart accounts) na Scroll, que permitem transações rápidas, seguras e com uma experiência de uso adaptada ao ambiente de chat. Ao usar a Scroll como infraestrutura, o Chatterpay se beneficia de taxas baixas e blocos rápidos, viabilizando operações complexas com uma simplicidade radical na ponta.
O Chatterpay, usando a linguagem, os canais e os hábitos já existentes das pessoas, resolve problemas concretos como:
Baixa barreira de entrada: se você já tem WhatsApp, já pode usar o Chatterpay. Simples assim.
Sem dependência bancária: ideal para regiões onde muitos ainda estão fora do sistema financeiro tradicional.
Rápido, intuitivo, acessível: tudo traduzido em comandos simples, sem complicações técnicas.
Imagem retirada de conversa com o Chatterpay
Essa proposta o coloca como um exemplo potente do que a Web3 pode ser quando se foca no problema e não apenas na tecnologia.
O Chatterpay nasceu de um hackathon promovido dentro do programa Scroll Open. É com o espírito de promover soluções com impacto real que a Scroll tem organizado hackathons, programas de aceleração e trilhas de formação, como o Scroll Open Campus e o Programa de Aceleração Scroll Brasil.
Na próxima seção, vamos explorar como a Open Economy está transformando esses momentos criativos em trampolins para projetos sustentáveis e como isso está conectando devs latino-americanos ao coração do ecossistema Scroll.
📜 Open Economy: o hackathon é só o começo
Hackathons são empolgantes. Reúnem talentos, ideias, códigos e café (!). Mas a verdade dura é que, na maioria das vezes, os projetos que nascem ali morrem ali mesmo, engavetados depois do pitch final. É aí que entra a Open Economy, uma iniciativa que olha para esse momento inicial não como um fim, mas como o primeiro passo de uma jornada empreendedora. Mais do que uma incubadora, a Open Economy é um ecossistema de apoio contínuo, que transforma devs em founders e ideias em soluções sustentáveis.
A Open Economy é uma comunidade que atua como aceleradora, escola e laboratório. Ela conecta talento com suporte, ideias com infraestrutura e projetos com visibilidade. Na prática, isso se traduziu até aqui em:
Open Campus: programa presencial de 8 semanas que reúne builders do mundo todo para criar e lançar projetos sob o mesmo teto, com mentoria, networking e suporte financeiro.
Vibe Code Camp: bootcamp online de 4 semanas voltado ao crescimento real de usuários, ajudando times a validar ideias e construir produtos com tração.
Scroll Open: hackathon global realizado com a Scroll, que serviu como porta de entrada para os programas mais aprofundados da comunidade.
Mentoria de ponta: acesso direto a fundadores experientes, especialistas em growth e líderes do ecossistema Web3.
Foco em inclusão global: seleção ativa de talentos fora dos grandes centros (como LATAM, África e Ásia), com suporte logístico e financeiro.
Cultura de experimentação: testes constantes de novos formatos, com transparência sobre o que funciona (ou não) na missão de formar founders.
Um projeto da Scroll: apoio direto da L2 com suporte institucional e alinhamento estratégico com a visão de uma economia aberta.
A Scroll está diretamente envolvida com a Open Economy, não só como parceira técnica, mas também como apoiadora institucional. Afinal, para que o ecossistema Scroll cresça de verdade, é preciso muito mais do que devs — é preciso founders.
Ao apostar em formação, aceleração e inclusão regional, a Scroll garante que as soluções criadas estejam totalmente integradas à sua infraestrutura — usando smart accounts, transações de baixo custo e a compatibilidade total com a Ethereum que a Scroll oferece.
A América Latina é uma das regiões mais férteis para inovação Web3: instabilidade econômica, exclusão financeira, alta penetração de smartphones e uma juventude hiperconectada formam o terreno ideal para adoção. Mas ainda faltava infraestrutura de apoio para transformar essa energia em produto.
Na Argentina, por exemplo, a participação de devs nos programas da Open Economy cresceu mais de 300% em um ano. Muitos desses builders já estão criando soluções para identidade descentralizada, crédito comunitário e integração de stablecoins com sistemas locais — tudo isso sobre a Scroll.
Com todo esse movimento efervescente acontecendo na região, é natural que o Brasil assuma um papel de destaque. Na próxima (e última) seção do artigo, vamos mostrar como o Local Node brasileiro está conectando builders, universidades, eventos e comunidades — e por que isso representa um divisor de águas para o ecossistema Web3 no país.
🇧🇷 Local Node Brazil: o futuro da Web3 fala português
Em 2025, o Brasil foi oficialmente reconhecido como uma peça-chave na estratégia global da Scroll, com a criação do Scroll Local Node Brasil, aprovada pela DAO da Scroll. Isso representa mais do que uma expansão regional — é o reconhecimento de que o país tem condições técnicas, culturais e humanas de liderar a próxima onda de adoção da Web3.
A proposta nasceu do entendimento de que o Brasil já é, na prática, um dos maiores polos de cripto da América Latina. São mais de 16 milhões de usuários, um cenário regulatório avançado e uma comunidade ativa de devs, educadores, investidores e curiosos. O que faltava era uma estrutura que conectasse esses agentes de forma coordenada, contínua e com suporte direto do protocolo.
É aí que entra o Local Node, operado por lideranças locais (no caso, a equipe da Modular Crypto), com o objetivo de expandir a Scroll de forma enraizada e estratégica.
Em poucos meses de operação, o Scroll Local Node Brasil já entregou um conjunto sólido de ações com impacto direto no ecossistema:
Programa de Aceleração Scroll Brasil promovido pela Scroll e Modular Crypto
Programa de Aceleração Scroll Brasil: uma trilha de formação completa que vai do zero ao pitch, com aulas ao vivo, mentoria, apoio técnico e premiação para os melhores projetos. Tudo 100% em português.
Engajamento comunitário: lives, Spaces, newsletters, vídeos no YouTube e threads no X explicando como usar a Scroll e produtos desenvolvidos na sua infraestrutura.
Conteúdo educacional e técnico: de workshops a relatórios de pesquisa sobre o ecossistema da Scroll, incluindo este artigo que você está lendo.
E o Local Node está apenas começando. Os próximos passos incluem:
Eventos presenciais em quatro cidades: Salvador, Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro vão receber o Modular House, com patrocínio do Local Node — um evento que promoverá encontros com talks, sessões de pitch, networking e integração com universidades, DAOs, coletivos e hubs de inovação.
Hackathons e bootcamps: aproximando o mundo acadêmico das ferramentas Web3.
Parcerias com universidades, hubs de inovação e instituições públicas: para desenvolver soluções reais com impacto em diversas camadas da sociedade.
O Local Node Brasil é o tipo de iniciativa que gera valor em várias camadas, articulando o presente local com uma visão global e duradoura. Para a Scroll, ele representa a capacidade de se adaptar ao contexto brasileiro sem perder sua essência — promovendo um crescimento sustentável e genuinamente conectado à cultura e à dinâmica da comunidade local.
Para os builders, o nó oferece algo ainda mais raro: ferramentas práticas, visibilidade estratégica e suporte direto para transformar ideias em produtos reais.
Para os usuários, a entrega é igualmente concreta: educação acessível em português, entrada facilitada no universo Web3 e experiências reais com aplicações cripto que vão além do hype. O foco está na utilidade, na confiança e na construção de uma jornada que faça sentido para o público brasileiro.
O crescimento da Scroll no Brasil, a atuação de iniciativas como Ether.fi Cash, Chatterpay e Open Economy, e a aposta em uma Web3 mais acessível apontam para um futuro em que descentralização e experiência do usuário caminham lado a lado. A nova internet não está apenas sendo construída — ela já está em uso. E, se depender da Scroll, estará disponível para todos, em todos os lugares.
Dito isso, se você quer continuar por dentro do que está acontecendo de mais inovador na Scroll — desde lançamentos e atualizações, até oportunidades reais para builders, devs e entusiastas — a melhor forma de acompanhar é seguindo a Scroll em português no X: @Scroll_PT. Ali você encontra o que ainda não chegou no mainstream: programas exclusivos, editais de apoio, chamadas para aceleradoras e muito mais.
O ecossistema está em expansão, e essa pode ser a porta de entrada para quem quer aprender, colaborar ou construir algo relevante dentro da Web3. Fique de olho — e, se fizer sentido pra você, entre no movimento. O futuro da Web3 fala português e está só começando.
E qualquer dúvida, sugestões ou feedbacks, você pode me encontrar no X como @eduardo_ceg.
Antes de terminar, gostaríamos de lembrar que o conteúdo discutido aqui é estritamente informativo e destinado a fomentar a discussão geral. Não deve ser interpretado como recomendação financeira, fiscal ou conselho de vida para qualquer indivíduo. Encorajamos fortemente que você faça sua própria pesquisa e consulte profissionais qualificados.
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