Um Guia de Projetos Utilizando o OP Stack
Conheça mais sobre cada um dos projetos que estão utilizando o conjunto de ferramentas da Optimism (OP Stack) para criar sua própria rede
A cada semana, testemunhamos em nosso quadro Estado da Ethereum o surgimento de novos projetos que abraçam o "conjunto de ferramentas" OP Stack para desenvolver sua própria solução de segunda camada. Apenas um mês atrás, mencionávamos a presença de quase 10 desses projetos utilizando o stack da Optimism.
No entanto, o ritmo desse crescimento não mostra sinais de desaceleração, com agora mais de 20 iniciativas adotando esse conjunto de ferramentas modular, o OP Stack, como a espinha dorsal de suas criações.
Por essa razão, decidimos mergulhar profundamente no universo da Optimism e criar uma série de artigos trazendo cada um dos projetos que estão construindo utilizando o OP Stack. Embarque nessa jornada conosco e descubra como diferentes projetos estão se preparando para o futuro das soluções de segunda camada do Ethereum.
Mas antes de trazer os projetos, vamos ao início.
O Que é o OP Stack?
Em sua essência, o OP Stack é um conjunto de software compartilhado e de código aberto que serve como a infraestrutura fundamental para a criação de redes de segunda camada, também conhecidas como "Layer 2" (L2), em cima da blockchain Ethereum.
Como explicamos em nosso artigo sobre a Optimism e a atualização Bedrock:
“Em poucas palavras, o OP Stack consiste em vários componentes e softwares que, juntos, formam a estrutura da Optimism. É como se o OP Stack fosse os blocos de lego que "montam” a Optimism, e esses blocos fossem disponibilizados para qualquer um usar e construir sua própria estrutura, alterando a ordem ou acrescentando novos blocos próprios.”
Além disso, o OP Stack é altamente modular, o que significa que é composto por diferentes componentes (“blocos”) que podem ser adaptados (“montados”) para atender às necessidades específicas de diferentes projetos. Essa modularização oferece flexibilidade aos desenvolvedores que desejam construir soluções personalizadas usando o OP Stack.
E assim surgiram vários projetos interessados em construir utilizando esses blocos de lego criados pela Optimism. Hoje exploraremos alguns deles, a OP Mainnet, Base, Celo, opBNB, Zora Network, PGN & Aevo, semana que vem tem mais…
OP Mainnet
De forma breve, a OP Mainnet, também conhecida como Optimism, é a rede principal que utiliza o OP Stack (até mesmo como indica seu nome). É a segunda maior rede de camada dois da Ethereum, com 2.6 bilhões de dólares em valor total bloqueado (TVL):
Além disso, é também o projeto por trás do Coletivo da Optimism, focado na promoção e sustentabilidade de bens públicos. Se você quiser saber mais sobre a Optimism, o atual estado da rede e também sua última atualização, confira nosso artigo:
Base
Trata-se de uma rede de segunda camada da Ethereum (também conhecida como layer 2) criada pela própria Coinbase, um dos maiores provedores de serviço cripto no mundo, em colaboração com a Optimism. A Base foi o primeiro grande projeto que anunciou que sua construção tomava como base o OP Stack (um baita nome de peso, dada à presença da Coinbase).
A Base Network surgiu com o intuito de começar as operações da corretora centralizada no ambiente onchain e as expectativas do mercado são altas, já que a Coinbase possui mais de 100 milhões de usuários que poderão ser introduzidos ao universo DeFi com a Base, isso sem contar todo o capital financeiro, intelectual e influência que a própria Coinbase já possui no ecossistema cripto.
Isso acaba facilitando (e muito) a adoção e o efeito de rede da própria Base, que teve o lançamento de sua rede principal há pouco mais de um mês, no dia 09 de agosto. Desde então, o projeto já se tornou a 3ª maior rede de segunda camada da Ethereum, perdendo somente para a Arbitrum e a própria Optimism, com mais de 500 milhões de dólares em valor total travado (TVL):
Não só isso, mas quando olhamos para o número de endereços ativos diários e o número de transações diárias, vemos a Base já em patamares similares ao da Optimism e Arbitrum (isso em pouco mais de um mês de seu lançamento), como percebemos abaixo:
Além disso, a Base também já se mostrou estar alinhada com os valores e objetivos da Optimism, inclusive adotando o que a Optimism apelidou de “Lei das Redes”, um conjunto de regras e princípios que deverão ser adorados pelas redes que quiserem fazer parte do objetivo final da Optimism: uma SuperChain.
E perceba que a logo da Coinbase não é a única na imagem, mas voltamos nisso mais tarde.
Antes de encerrar esse resumo da Base, ainda vale pontuar que, apesar da Base claramente dizer que não possui planos em criar um token e nem de realizar um airdrop (o que, por si só, acaba desanimando muitos farmers a interagirem com a rede), em uma entrevista recente ao Decrypt, Paul Grewal, Líder Jurídico da Coinbase disse que isso ainda não está decidido, deixando em aberto a possibilidade de um token.
Zora Network
Antes mesmo de anunciar sua própria rede com base no OP Stack, a Zora já era um marketplace de NFTs, ou como ela própria se intitula, “um espaço para criadores e colecionadores”. O objetivo da Zora é, basicamente, fornecer infraestrutura para que qualquer pessoa consiga criar coleções de NFTs com suas artes, músicas, vídeos, podcasts…
Podemos dizer que o foco da Zora são os criadores, e esse conceito rendeu ao protocolo cerca de 3,5m de dólares, somente no último ano:
Em 21 de junho, a Zora anunciou que estava lançando sua própria rede de segunda camada, expandindo o Ethereum para artistas, criadores e mais comunidades. Isso tudo mais rápido e barato, criando um local para livre expressão onchain e experimentações.
No mesmo anúncio foi mencionado que a rede estava utilizando o OP Stack para construção de sua rede. Cabe mencionar ainda que, apesar de não ter nada oficializado, muito provavelmente a Zora também irá fazer parte da "Lei das Redes” e se unir à Superchain.
A rede conta atualmente com quase 6 milhões de dólares em valor total travado (TVL), quantia não tão elevado até então, até mesmo em razão das condições do mercado cripto em geral.
opBNB
Outro projeto criado com base no OP Stack é a opBNB, uma solução de escalabilidade de segunda camada desenvolvida para a BNB Smart Chain. O objetivo da rede é, basicamente, aumentar a escalabilidade da rede BNB e permitir a introdução de novos contratos e aplicações no ecossistema.
Além disso, a opBNB também utiliza a Máquina Virtual da Ethereum (EVM), o que facilita a migração de aplicativos descentralizados e contratos inteligentes de qualquer outra rede EVM (Ethereum, Polygon, Avalanche…).
A rede foi oficialmente lançada há poucas semanas, mais precisamente em 13 de setembro e atualmente seu TVL está na casa dos 1,3 milhões de dólares:
Assim como no caso da Coinbase, ter alguma interferência da Binance (ou até do próprio CZ), pode ser algo positivo para atrair a atenção para a rede. Inclusive, no dia de seu lançamento o projeto já contava com mais de 150 projetos em construção na opBNB.
Public Goods Network (PGN)
Outro projeto bastante alinhado com a Optimism e sua ideia de SuperChain é a PGN, uma rede focada em bens públicos (como seu próprio nome diz). O projeto já se encontra em mainnet e também utiliza o OP Stack como seu conjunto de ferramentas.
Segundo a documentação , a rede é a única em que a maior parte das taxas dos sequenciadores vão para projetos que estão criando em public goods. A PGN é apoiada por gigantes no ramo de bens públicos como:
Apesar de sua válida proposta, a rede ainda não teve a tração esperada e hoje conta com apenas 400 mil dólares de valor total travado (TVL), e com apenas cerca de 19 mil carteiras que já passaram por lá:
Aevo
Outra rede utilizando o OP Stack é a Aevo.
Segundo sua documentação, a Aevo é a primeira Layer 2 de derivativos, lançada em 14 de junho e focada na negociação de opções e perpétuos. O projeto conta com grandes investidores como Coinbase, Dragon Fly e Paradigm e atualmente tem 6 milhões de dólares em TVL.
Basicamente, a rede funciona assim: existe um livro de ordem dos produtos da Aevo, que acontece offchain, mas uma vez que as ordens são completas, as negociações são executadas e liquidadas onchain. Portanto, podemos dizer que essa rede já se trata de uma appchain, uma rede para de uma aplicação específica.
Atualmente a rede já conta com quase 2 milhões de transações. Se você se interessar em buscar mais informações, aqui está o explorador de blocos da Aevo:
Celo
A Celo Labs também tem planos de utilizar o OP Stack para a Celo.
Apesar de atualmente a Celo ser uma rede de camada 1 independente compatível com a Máquina Virtual da Ethereum, em julho desse ano uma proposta para a Celo se tornar uma rede de segunda camada do Ethereum foi colocada em seu fórum de governança pela própria Celo Labs (empresa por trás do projeto).
A proposta é que essa rede de segunda camada tenha como base:
O sequenciador descentralizado mantido pelo corpo de validadores da Celo;
O uso da tecnologia de armazenamento de dados EigenDA (da Eigen Layer) como sua camada de disponibilidade de dados;
O uso do OP Stack como seu conjunto de ferramentas
A proposta foi muito bem recebida pela comunidade da Celo, já que trará maior compatibilidade, segurança e menores taxas da rede. Tudo já encaminhava para um desfecho com uma rede Celo baseada no OP Stack.
Contudo, semana passada Sandeep Nailwal, co-fundador da Polygon, submeteu uma proposta no fórum de governança da Celo para que a rede se torne uma layer 2 da Ethereum utilizando o Polygon CDK, o kit de desenvolvimento de redes construído pela Polygon Labs, ao invés do OP Stack:
Certamente, essa questão ainda será fruto de discussão pela comunidade, mas principalmente pela Celo Labs. E, no fim, será uma questão de melhor incentivo.
Por hoje é só…
…essa foi a Parte 1 do Guia de projetos usando OP Stack. Voltamos semana que vem com a segunda parte desse guia, trazendo mais alguns projetos que estão utilizando esse conjunto de ferramentas modular para criar seu próprio projeto.
Como já se percebe no texto de hoje, já são vários os projetos que estão utilizando o OP Stack, tanto para a criação soluções universais (com propósito de ser uma rede como a Optimism), mas também redes e até mesmo aplicações com propósitos específicos. No próximo texto exploraremos projetos como a Lyra, Manta Pacific, DeBank, dentre outros, fique atento!
Sensacional!
OP Stack voando!