A Tropa da DOG foi jogar no Vasco?

“Essa turma é um eterno shill my bags.” Com essa frase dita pelo oráculo da Web3, conhecido pelas malandras como Guiriba, eu poderia encerrar o artigo mais curto que eu já fiz na vida. Mas eu não vou. Eu me recuso. Eu quero olhar os dados das Runes e dizer que tentei.

Há três meses, o protocolo Runes foi introduzido em nossas vidas. Desde então, a coisa mais emocionante que a gente teve foi a Tropa da DOG, que agora tá no banco de reservas do Vasco da Gama.

A motoca já tá aí e você já sabe o que fazer. Essa voltinha vai ser pequena porque temos Blockchain Rio amanhã.

No ritmo do Esnupi

O mercado de Runes anda parado, galera. Parado mesmo. Esquecido. Tirando picos pontuais nos dias 12 e 17 de julho, o mercado de Runes não teve mais que mil transações diárias desde 15 de junho.

Em outras palavras, quase ninguém tá dando atenção para Runes atualmente. Isso se reflete nos preços: nos últimos sete dias, enquanto o mercado se recuperava, o valor de mercado total de Runes caiu 12,5% e agora é de US$ 633 milhões. A MEW, por exemplo, tem um valor de mercado maior que esse atualmente. 

A DOG, no mesmo período, tomou um sacode de 19,2%. Esbarrei com DOG na rua e tirei uma foto:

“Pelica, você é MATICO! TÁ TRABALHANDO PARA DERRUBAR AS RUNES!” Não. Na real, eu tô retratando o cenário atual sem massagem. No bull run, atenção é tudo, e as Runes estão carentes de atenção no momento.

E isso é péssimo, porque quem tá de fora fica com receio de entrar e virar comida dos cartéis de influencers. Lembra a frase do Guiriba no começo do texto? Imagina agora: você entraria em um mercado lotado de influencer com a bag cheia de alguma runa só esperando alguém pra ser liquidez de saída?

E não, não tô falando dos influencers brasileiros que vocês já estão aí cogitando. A galera aqui shilla DOG, que é a maior Rune em valor de mercado. Eu tô falando das coleções menores, onde os investidores vão pra buscar assimetria e acabam ganhando nabo. 

O cenário não é bom, sendo sincero. Além de não existir atenção, há essa tensão constante de que você vai entrar em um quarto com diversas pessoas apontando armas pra você. 

É necessário algo muito relevante, tipo uma coleção de Runes se destacar em valorização, para fazer esse setor decolar.

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UHUHUHUHU! Pausa para o jabá, malditos.

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E esse cenário vem?

Sei lá. É complicado falar, porque eu não tenho dinheiro em Runes, só o airdrop de DOG. Eu não curto opinar onde eu não tenho dinheiro, porque aí fica fácil falar qualquer besteira. Maaaaaaaas… Vou chutar o seguinte: pode ser que uma fagulha na narrativa de BTCfi acenda uma chama na narrativa de Runes.

Pensa o seguinte: Runes é chato. Muita gente nem tá rodando Bitcoin mais, só encheu a carroça de Ethereum e Solana e tá caçando yield que nem maluco. Às vezes, compensa mais do que se arriscar em tokens com valor de mercado pequeno. Aí você até quer se envolver, mas precisa comprar BTC. 

Além disso, tem todo o tempo de registro na blockchain, as mecânicas diferentes de UTXO, mintagem, etc. “Ah, nem é tão diferente!” Mas é diferente, e não tá valendo a pena aprender isso. Pode ser que valha, mas não tá valendo.

Por isso, pra mim, o maior impeditivo de Runes hoje é a falta de praticidade. E pode ser que a narrativa de Bitcoin atraia os olhos para o que é possível fazer nesse ecossistema. E aí, já com BTC em mãos, o pessoal arrisque comprar uma runinha ou outra.

Faz sentido? Na minha cabeça simplória, faz. Em um mercado onde atenção e liquidez estão cada vez mais diluídos, acho que a única forma de fazer a Tropa da DOG sair do banco do Vasco é esse tipo de movimentação.

Mas vou ser sincero: não sei se é garantido. 

Outra possibilidade é o pessoal da grana achar que Runes estão em assimetria real, entrar e movimentar o mercado. Com a liquidez gerada, mais gente entra e aí dá pra fazer uma bagunça legal.

Agora, será que a galera que tem grana vai achar conveniente botar grana em Runes? Não sei. 

Em suma, a mensagem do curto artigo de hoje é: a menos que algo drástico aconteça, limite suas expectativas com Runes.